"Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele É me sentir confortável, mesmo acessando, vez ou outra, lugares da memória que eu adoraria inacessíveis, tristezas que não cicatrizaram, padrões que eu ainda não soube transformar, embora continue me empenhando para conseguir.” Ana Jácomo

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março 27, 2012

A NECESSIDADE DE DESEJAR - MARTHA MEDEIROS.


Todos sentem necessidade de amar, e esta necessidade geralmente é satisfeita quando encontramos o objeto de nosso amor e com ele mantemos uma relação frequente e feliz. Pois bem. Enquanto vamos juntinhos à feira escolher frutas e verduras, enquanto mandamos consertar a infiltração do banheiro e enquanto vemos televisão sentados lado a lado no sofá, o que fazemos com nossa necessidade de desejar?
Lendo Alain de Botton, um escritor inglês, deparei-me com essa questão: amor e desejo podem ser conciliáveis no início de uma relação, mas despedem-se ao longo do convívio.
Só por um milagre você vai ouvir seu coração batendo acelerado ao ver seu marido chegando do trabalho, depois de vê-lo fazendo a mesma coisa há cinco, dez, quinze anos.
Ao ouvir a voz dela no telefone, você também não sentirá nenhum friozinho na barriga, ainda mais se o que ela tem para dizer é "não chegue tarde hoje que vamos jantar na mamãe".
Você ama o seu namorado, você ama a sua mulher. Mais que isso: você os tem. Mas a gente só deseja aquilo que não tem. O problema da infidelidade passa por aqui.
Muitos acreditam que a pessoa que foi infiel não ama mais seu parceiro: não é verdade.
Ama e tem atração física, inclusive, mas não consegue mais desejá-lo, porque já o tem.
Fica então aquele vácuo, aquela lacuna, aquela maldita vontade de novamente desejar alguém e ser desejado, o que só é possível entre pessoas que ainda não se conquistaram.

Não é preciso arranjar um amante para resolver o problema. Há recursos outros: flertes virtuais, fantasias eróticas, paqueras inconseqüentes. Tem muita gente aí fora a fim de entrar nesse jogo sem se envolver, sem colocar em risco o amor conquistado, porque sabe que a troca não compensa.
Amor é jóia rara, o resto é diversão. Mas uma diversão que precisa ter seu espaço, até para salvar o amor do cansaço. Necessidade de amar x necessidade de desejar. Os conservadores temem reconhecer as diferenças entre uma e outra. Os galinhas agarram-se a essa justificativa. E os moderados tratam de administrar essa arapuca.

5 comentários:

  1. Bom-dia Mamys Sophys...
    Chega a fazer sentido o que a Martha Medeiros, escreveu...
    Mas...não sei o que dizer!!!rsrs

    Bjs doces carinhosos da filhot@


    Ayesk@

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  2. Miauuu!!!

    Gostei bastante do texto, bem coerente :)

    Miaubeijos amada! =^.^=

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  3. Concordo!
    É é por isso que nesse momento estou "tentando" viver uma relação aberta... por saber que sempre temos vontade de ficar com outras pessoas e por considerar a cumplicidade mais importante que a fidelidade...
    Vamos ver no que dá...
    Beijos.

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  4. Martha agora foi polêmica tocou cada um de nós de
    uma maneira. gostei disso!

    Bjk@s

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