"Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele É me sentir confortável, mesmo acessando, vez ou outra, lugares da memória que eu adoraria inacessíveis, tristezas que não cicatrizaram, padrões que eu ainda não soube transformar, embora continue me empenhando para conseguir.” Ana Jácomo

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março 11, 2016

Graciliano Ramos.



Deve-se escrever da mesma maneira 
como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. 
Elas começam com uma primeira lavada,
 molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, 
torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. 
Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes.
 Depois enxáguam, dão mais uma molhada, 
agora jogando a água com a mão. 
Batem o pano na laje ou na pedra limpa,
 e dão mais uma torcida e mais outra, 
torcem até não pingar do pano uma só gota. 
Somente depois de feito tudo isso
 é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal,
 para secar.
 Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa.
 A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso;
 a palavra foi feita para dizer.

2 comentários:

  1. Porque há pouco esqueci, é importante dizer isto. No Intervalo não existem tabus ou preconceitos, podes comentar no post mais recente, sem qualquer tipo de problemas.

    :))

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    Respostas
    1. Jorge,
      Muito obrigada pela sua gentileza irei sempre ao seu blog. Adoro!!!

      Bjooooo

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