"Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele É me sentir confortável, mesmo acessando, vez ou outra, lugares da memória que eu adoraria inacessíveis, tristezas que não cicatrizaram, padrões que eu ainda não soube transformar, embora continue me empenhando para conseguir.” Ana Jácomo

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março 25, 2016

Filhos da Páscoa - Padre Fábio de Melo


O Desatino das Inseguranças não faz Barreira às Esperanças
Da esperança, a dor, o sentido oculto que move os pés, o desejo incontido de ver as estradas se transformando, aos poucos, em chegadas "rebordadas" de alegria.
Ir. Um ir sem tréguas, senão as poucas pausas dos descansos virtuosos que nos devolvem a nós mesmos. Idas que não findam e que não esgotam os destinos a serem desbravados. Passagens, páscoa e deslocamentos.
Eu vou; vou sempre porque não sei ficar. Vou na mesma mística que envolveu os meus pais na fé, os antepassados que vieram antes de mim.
Vou envolvido pela morfologia da esperança; este lugar simples, prometido por Deus, e que os escritores sagrados chamam de Terra Prometida. Eu a quero.



O lugar sugere saciedade e descanso. Sugere ausência de correntes e cativeiros... Ainda que o caminho seja longo, dele não desisto. Insisto na visão antecipada de seus vislumbres para que o mar não me assuste na hora da travessia. Aquele que sabe antecipar o sabor da vitória pela força de seu muito querer, certamente, terá mais facilidade de enfrentar o momento da luta.
O povo marchava nutrido pela promessa. A terra seria linda; nela não haveria escravidão. Poderiam desembrulhar as suas cítaras, cantar os seus cantos, declamar os seus poemas. A terra prometida seria o lugar da liberdade. Mas, antes dela, o processo. Deus não poderia contradizer a ordem da vida. Uma flor só chega a ser flor depois que viveu o duro processo de morrer para suas antigas condições. O novo nasce é da morte. Caso contrário, Deus estaria privando o seu povo de aprender a beleza do significado da Páscoa.
Nenhuma passagem pode ser sem esforço. É no muito penar que alcançamos o outro lado do rio, o outro lado do mar... E assim foi. O desatino das inseguranças não fez barreira às esperanças de quem ia. O mar vermelho não foi capaz de amedrontar os desejosos da Terra, os filhos da promessa. Pés enxutos e corações molhados, homens e mulheres deitaram suas trouxas no chão; choraram o doce choro da vitória e construíram, de forma bela e convincente, o significado do que hoje também celebramos.

A vida cresceu generosa, o significado também.
Ainda hoje, somos homens e mulheres de passagens; somos filhos da Páscoa.
Os mares existem, os cativeiros também. A ameaças são inúmeras, mas haverá sempre uma esperança a nos dominar; um sentido oculto que não nos deixa parar; uma terra prometida que nos motiva a dizer: Eu não vou desistir! E assim seguimos juntos, mesmo que não estejamos na mira dos olhos.
O importante é saber que, em lugar deste grande mar de ameaças, de alguma forma estamos em travessia...



Feliz Páscoa!
Muitos ovinhos recheados de carinho <3 .="" p="">

Um comentário:

  1. Que post lindo, Sophis, adorei!
    Besos com sabor chocolate!

    {W_[amar yasmine]}

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