"Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele É me sentir confortável, mesmo acessando, vez ou outra, lugares da memória que eu adoraria inacessíveis, tristezas que não cicatrizaram, padrões que eu ainda não soube transformar, embora continue me empenhando para conseguir.” Ana Jácomo

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janeiro 12, 2013

Cris Carvalho


"Numa noite em que as fadas saíram de férias e que, a solidão e a tristeza pesavam mais do que chumbo, a menina decidiu tomar um chá de sumiço. Desligou o telefone e a campainha da porta de entrada. Vestiu as meias listradas que ganhou de presente e que eram mágicas, deitou-se na cama com um livro em mãos e sonhou.
Sonhou com um mundo distante, onde não havia mágoas nem dores, nem solidão medonha. Só que do mundo de lá, ela não queria mais voltar, porque o de cá tinha monstros que atacavam no meio da noite e que roubavam tudo dela, até a serenidade.
E, no silêncio da noite, ela esculpiu rostos de pessoas que ela gostaria que estivessem ali, naquele momento, e brincou de tecer fantasias sem ter que desmoroná-las no dia seguinte. E foi tecendo com linhas todas coloridas até terminar num lindo cobertor gigante. Que a aqueceu durante a madrugada fria e a cobriu de sonhos.
De sonhos puros e claros, como aquele mundo pra onde ela fugia, quando o daqui pesava demais."



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