"Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele É me sentir confortável, mesmo acessando, vez ou outra, lugares da memória que eu adoraria inacessíveis, tristezas que não cicatrizaram, padrões que eu ainda não soube transformar, embora continue me empenhando para conseguir.” Ana Jácomo

Seguidores

julho 08, 2011

 
 
“A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto, arruma a bagunça.
Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque ocupar espaço com coisas velhas não dá.
As coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí.
Mas a gente nunca tira tudo.
Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para si mesmo que ainda serve.
A gente sabe.
Que tá curta, pequeno, apertado.
É que a gente queria tanto.
Tanto.
Acredito que arrumar a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto.
Tirar tudo, rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve,
jogar fora algumas coisas, outras separar para doação.
Isso pode servir melhor para outra pessoa.
Hora de deixar ir.
Alguém precisa mais do que você.
Se livrar. Deixar pra trás.
Algumas coisas não servem mais.
Você sabe. Chega.
Porque guardar roupa velha dentro da gaveta
é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve.
Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento.
Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar.
Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.”

(Caio Fernando Abreu) 

Nenhum comentário:

Postar um comentário