"Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele É me sentir confortável, mesmo acessando, vez ou outra, lugares da memória que eu adoraria inacessíveis, tristezas que não cicatrizaram, padrões que eu ainda não soube transformar, embora continue me empenhando para conseguir.” Ana Jácomo

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julho 07, 2010

Decifra-me ou te devoro!




Numa conversa no paraíso,
 A Esfinge tentava explicar à mulher a razão da sua visita, mas acabaram como todo tipo de casal, numa calorosa discussão. E no final, mais uma alma seria devorada para a surpresa dos presentes e do leitor.

- Isso...
- Hã!
- É!
- O quê?!
- Descubra!
- Mas o quê?
- O enigma, virgem criatura.
- Do quê?
- Da Esfinge.
- Pra quê?
- Pra eu não te incomodar mais.
- Sobre o quê?
- Responda qual é o enigma! Só isso...
- Quem?!
- O meu enigma!
- Por quê?
- Pra eu não te devorar, minha querida.
- Eu?...eu não.
- Sim, você!
- Mas quem é você?
- Eu sou o seu enigma...todos aqui já me conhecem. Até devem lhe ter dado dicas... não é?
- Sim e daí?
- Então...se você já sabe me responda. E não me enrole. Não seja mais uma das presas fáceis que aqui estão. Senão...
- Senão o quê?
- Te devoro mulher!
- Ah! Isso eu já sabia...
- Sabia o quê? Hein! mulher?

Em volta dos dois já havia uma platéia numerosa e estavam petrificados na expectativa de assistirem mais uma das vitórias da Esfinge.
Esses interrogatórios eram como as arenas no Coliseu, em Roma. Eram fantásticas as caras atônitas dos “candidatos ao saber”, mas também bem destacadas as dos espectadores ávidos pelo rugir do leão. Normalmente eram rápidas, principalmente com os homens que se entregavam mais facilmente à Esfinge. As mulheres eram que davam mais trabalho...
Enquanto isso, a mulher parecia calma, já a Esfinge parecia suar de cansaço e fomenta por devorar aquela mulher a sua frente. Impaciente, a Esfinge perguntou pela segunda vez a mulher (e que não destoava nem um pouco de madeixas loiras, conforme a época):

- Rápido! Sabia o quê? Fale, criatura desprovida de conhecimento...mulheres foram mesmo criadas para serem comidas!

Com toda sutileza, a mulher chegou mais perto da Esfinge e lhe disse:

- Eu, mulher que sou já saberia do ponto fraco dos homens. Uma longa conversa os fazem cair... e se enlouquecer assim (o que hoje poderia se denominar: discutir a relação). Nem mesmo a esfinge tem poder sobre os pensamentos femininos. É desse jeito cara Esfinge, que logo mais eu saberia que de fome eu jamais morreria!

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E é desse jeito que finda toda uma historinha. E comprova o que sempre sabíamos (sem demais explicações, pois não submetamos a inteligência alheia, não é mesmo).
Longe de mim os machismos e feminismos exacerbados!
E se você chega até aqui salvo de arranhões, mordidas ou outras cicatrizes pelo corpo... parabéns, pois desvendou o meu enigma.
Agora, se você que me lê não entendeu a história...lhe aconselho a pedir auxílio à mulher mais próxima de você (dizem que seu cerebelo codifica melhor, palavras assim agrupadas. O texto! Você deve saber, é claro...).
Ou senão... explore todo seu recurso matemático numa fuga imediata! Pois você corre sérios ricos de ser devorado!

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